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AS DORES DA CRIANÇA INTERIOR



Tenho poucas fotos de infância, mas, hoje trago um dos registros da minha pequenininha em uma foto de 1992, aos 11 anos de idade.

Há alguns anos eu não tinha ideia do que seria a minha 'Criança Interior'. Ela viveu por bastante tempo sendo negligenciada pela minha própria inconsciência em relação a este tema. Comecei a cuidar da minha Criança, ainda de forma inconsciente, quando meu filho Gabriel nasceu, há quase 9 anos. Algum tempo depois tomei CONSCIÊNCIA que existia dentro de mim uma criança, A MINHA CRIANÇA, a qual atualmente eu chamo de 'minha pequenininha', que é o apelido carinhoso que dei a ela 🥰

Iniciei os estudos em Constelação Familiar em 2016, e, no processo, fui conhecendo a minha criança cada vez melhor. Passei os últimos anos cuidando dela: autonutrição, autocuidado e autoamor, de maneira consciente, ainda em sua fase de primeira e segunda infância. Senti em trazer uma foto minha já maiorzinha justamente porque em conjunto com o meu processo de autoconhecimento, a minha criança amadureceu junto comigo (no caso, amadureceu em parceria com a minha parte adulta, a parte que está escrevendo este texto).

Naturalmente tentamos atender nossas necessidades emocionais buscando fora de nós: no mundo exterior, nas pessoas, nas amizades, na família, nas parcerias afetivas e por meio de atividades e hábitos diversos… como se algo externo pudesse preencher as lacunas e as feridas que a Criança Interior carrega. Toda criança é carente. O mundo está cheio de adultos carentes agindo de formas inconscientes como Crianças Feridas.

Para chegar na Criança precisamos nos dobrar ao nosso próprio orgulho, que normalmente nos convence de que "carência afetiva" é problema "dos outros" e não nosso. Toda e qualquer pessoa carrega algumas doses de carência afetiva, afinal, quem teve uma família "perfeita", com pais amorosos, presentes e que buscaram ser bons pais? É! Pelo que observo com frequência, não é essa a realidade que se apresenta na maioria dos casos.


Infelizmente não tive a oportunidade de ser criada com meus pais biológicos, o que aumentou o 'fosso de dor emocional' a ser preenchido. Por aqui foram anos de terapia, leituras e estudos espirituais para compreender minha própria história cármica e sanar a dor da minha criança, que era gigantesca, um peso enorme que eu carregava. Com muita determinação, foco e disciplina fui compreendendo as dores da minha criança, e venho atendendo suas necessidades emocionais de forma racional e consciente, suprindo as suas carências de maneiras saudáveis. Assim como educo o meu filho, agora também educo de forma consciente a minha própria Criança Interior. Entretanto, quando a gente baixa a vibração, o fosso de dor ainda está lá. Aprendi que "a cura" não significa que a ferida deixou de existir, significa que ela não controla mais a minha vida. Vamos administrando, um dia de cada vez, talvez seja um ponto sensível para a vida toda.

Nas Constelações Familiares aprendemos que "não há julgamentos" e que se os pais não cumpriram o seu papel de forma adequada, devemos, apesar disso, honrá-los, pois eles nos DERAM A VIDA. O que é justo! Sendo assim, eu agradeço pela vida, pelos genes, pelas habilidades herdadas (realmente sou grata). Mesmo assim, estamos em ascensão consciencial no orbe terrestre. Este é um tempo de iluminação espiritual. Não basta apenas “dar a vida”. Quem tem filhos conhece as demandas de uma criança. Necessidades que vão muito além do campo material como dar abrigo, roupa, alimento e educação – para uma criança ser realmente saudável, isso não é o suficiente. Existem inúmeras 'necessidades emocionais' que apenas os pais podem suprir durante o período infantojuvenil.

Para a criança, a mãe e o pai são TUDO. São eles que geram a base; a segurança íntima; a sensação de pertencimento familiar; as referências emocionais, educacionais, culturais e sociais. Crianças criadas sem os pais se debatem com uma profunda sensação de 'não-pertencimento', de 'deslocamento' e de 'não-merecimento' - e tudo que toda criança quer e precisa é se sentir em segurança; tudo que toda criança quer e precisa é se sentir amada e aceita, assim como ela é; tudo que toda criança quer e precisa é PERTENCER. Abrindo um parêntese, para a criança ser "criada pelos pais", não necessariamente eles precisam morar juntos (abrangendo aqui os pais que se divorciaram).

Se você quer ter filhos para alimentar as suas próprias carências afetivas, não tenha filhos. Se você não deseja ter filhos, se cuide para não ter filhos. Agora, se você deseja ter filhos, esteja atento à sua responsabilidade em educar esta alma humana que regressará à Terra. Responsabilidade que vai além do mundo material, se trata de cuidar de um espírito em evolução espiritual. Uma baita responsa!

Intenciono, do fundo do meu coração, que este tempo de Ascensão Planetária traga à Consciência Coletiva a compreensão de que não basta 'colocar filhos no mundo' e deixar que a VIDA os eduque. É preciso cuidar do Ser de Luz que vai ali dentro daquele corpinho de criança, e desenvolver cidadãos conscientes de si mesmos e de suas próprias necessidades emocionais e responsabilidades sociais.

Desejo a você um Feliz Reencontro com a sua pequenininha ou o seu pequenininho que mora aí dentro de você. Se cuide com autoamor e autorrespeito, ok?

Beijos de luz e com amor,

Terapeuta Aline Keny

 
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